sexta-feira, 10 de abril de 2009
Solidão...ou vontade de estar só?
Infinito é o número de vezes com que me deparo com a sensação de estar só e, estranhamente, não é algo de angustiante! A maior parte das pessoas com quem privo não conseguem sequer tolerar a ideia de entrega ao silêncio, de esquecimento por parte da sociedade...
Contrariamente a esse mais vasto leque, gosto de ser esquecida, de me esgueirar por entre ruelas sem que se apercebam da minha presença! Simplesmente preciso de me desligar do mundo exterior e entrar em contacto com o meu mundo!!
Ontem deambulei por caminhos desconhecidos "amavelmente" seguida por um calor inapropriado para a época e para o local em questão e mais uma vez confirmei a vontade de não querer pertencer a lugar algum, tudo porque a pequena cidade de Heidelberg se revelou como mais um ponto na minha lista de "Locais onde não me importava de passar o resto da vida". Vagueei sozinha, passei o dia todo embebida em pensamentos, enquanto absorvia, incessamente, tudo aquilo que se ia revelando perante os meus olhos.
Atingi o ponto mais alto da cidade ao final da tarde onde observei maravilhada aquela por onde tinha caminhado sem me sentir uma estranha.
Então muitas vezes me questiono será que é solidão que sinto ou tenho apenas vontade de estar só...? A 2ª opção parece-me sem dúvida a mais correcta porque inerente ao sentimento de solidão vem aquela angústia que já referi não sentir! Ora assim sendo, e partindo destas premissas, é fácil afirmar gosto de estar só...gosto de chegar a casa e ter a porta trancada (estou sozinha...), gosto de ligar o meu computador e ouvir a minha música (estou sozinha...), gosto de escolher um filme e de adormecer no sofá (estou sozinha...)!
De regresso ao hotel, completamente estoirada, deixei que a água exercesse os seus poderes curativos, entrei num processo fusão com o elemento H2O...milhares de gotinhas corriam e fugiam, levando com elas parte do cansaço que sentia!
Seleccionei um filme para rever (Wicker Park...coisas que só acontecem em filmes) e tentei adormecer! Ó que tarefa hercúlea tão, tão falhada...
E hoje quando cheguei a casa deleitei-me com o espaço todo só para MIM...compreendam...estou constantemente rodeada de rostos, de vozes, de "inputs" exteriores e é como deixar derreter um pedacinho de chocolate na boca (ou melhor...sim...sim...enfiar uma colher de leite condensando na boca e deixar que todo aquele doce invada a cavidade bucal) quando realmente quero estar sozinha e tenho essa possibilidade!
Adorei o meu passeio tirando o facto de o extremo cansaço me ter tirado o sono (antagonias...acontecem a todo o tempo)!
Vontade de estar só, por vezes interrompida por questões existencias: BOLAS...porque é que tenho de estar SÓ?...
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6 comentários:
Eu simplesmente estou rendido a esta musica.
Tu não só tens o condão de me pores a cabeça no sitio, como ainda contribuis para me aculturar musicalmente.
Fantástico!
Estimada Madalena, podes abrandar as questões existenciais. Estar só é muito bom de vez em quando, então passear sozinho como descreves consegue ser um enorme prazer... Nada de errado, antes pelo contrário. "Há tempo para tudo ddebaixo do sol", dizia o rei Salomão: tempo para estar acompanhado e tempo para estar só.
Cá está o Herlindo. Mais uma prova que as plantas maravilhosas de Amesterdão estão vivas e com saúde.
Depois da cantoria e da euforia, chega-nos a filosofia. "São rosas senhor", já dizia a outra.
Ó Herlindo e acha que não são sei isso...? Impera aquele dito popular...ai,como é? Aquele que é melhor estar sozinho do que com uma companhia reles, fraquinha...:p
A solidão não mete medo, não...! Pior é o escuro...esse sim!! É assustador! Detesto andar sem ver! :):):)
O que eu quis dizer é que cada vez dou mais valor ao tempo que passo só, mas, bolas, para um devido equilíbrio da existência humana é quando surgem as questões existencias :)
Lembras-te?
http://www.youtube.com/watch?v=5aQ8i1JrWEY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=fRiabGECktk
Velhos tempos.....Há tantos anos...
Creio que não seja nada de mais nos afastarmos das coisas e ficarmos um instante sós. Refletirmos com nós mesmos, refletirmos sobre quem somos e o que queremos. O estar só não quer dizer que somos sozinhos.
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